Chuva De Manha Em Calor

Tão além das nuvens da chuvosa manhã
Enquanto queima hidrogênio, o sol brilha
Sem saber de si e de só, de ser e do afã
Homenageado em dança de elipse à trilha.
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Não há casas de tijolos em lágrima vã
Nem reação anã emersa de luzes por brasas
Outro vôo, outro sentir, cria do amanhã
Universo em sempre latência às novas asas.
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Foi, é e será sempre, nesta régua, assim?
Interregno suposto começo e pretenso fim
Em palavras pêndulas na interrogação leitor...
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Milênios de raciocício ao tudo que chove
Traço em bilhões de anos ao que cá (se) move
Luzes de vida que se (re)convertem calor.