Inato Norte

"Formato-me emoções sem sofrimentos
São as expressões da minha estranheza
Percebo derredores em imensas quedas
Sutis frustrações ou arrependimentos
Enquanto continuo imersa rara firmeza.
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Compreendo, ainda que nunca entendida
Escutando confissões, sem me confessar.
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Quero ter medo, porém eu nunca consigo
Desejo me acovardar, para saber como é
Mas sigo...
Sempre forte, sempre vida, sempre morte
Qual pulsação adstrita a um inato norte
Entranha caída e dolorida, tomada em pé.
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Minhas mãos escorrem palavras não vazias
Que pouquíssimos haverão de compreender
Escrevo tanto quanto guardo a minha voz...
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Tão sempre cedo e tão sempre tarde
Aqueço-me incessante fogo que arde
Opções certas do Eu a todos os nós."