Carícia De Existir Em Mim

Disseram-me que a força condena a fera à solidão
Mas a solidão não me é castigo, não me condena...
Se eu precisasse de alguém, mais do que quisesse
Então sim, eu me sentiria verdadeiramente só.
Pulsa em minhas artérias, capilares e veias
Um optar; mergulho simples e jamais simplório
Em métrica ao ofertório; do meu melhor.
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Este estar comigo mesma, carícia de existir em mim
Lançada aos céus, como quem beija todas as cores
Como quem transita entre diferentes flores
E, sejam concretas ou abstratas
Somatizam-se imantentes ao meu jardim.
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Minhas certezas vivas, vidas, vívidas e vividas
Aos humanos, meus aplausos em mais que mãos e, talvez
O imerso de terras e tempos que esvoaçam benfazejos.
Estou morte e sou vida, sou viva e estou morta...
E minha inexistente vontade de me curvar desejos
Seleciona, por mim, em estranha certeza
A distância ou aproximação da inata porta.