Raizes Cruas

Há flores, de sol a sol, sempre despertas
O mais do mero sobreviver as fez assim
Resistentes, elas se erguem no jardim
Mesmo quando em si florescem incertas.
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Tão acurados vivos sentidos fortes
Enquanto os ventos são sós tempestades
Parco é tempo de tecer efemeridades
Às flores que emergiram além das mortes.
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Não há mais frios dentro das ruas do calor
E sutis arranhões que nem mais causam dor
De medo e pavor, se contorcem apavorados…
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Sem eufemismos à razão em vontades febris
Raízes cruas do que se quererá, quer e quis
Congênitos sem ilusões de óptica; libertados.