
Não há sombra, não há cansaço, não há medo...
O pavor surdo que ainda pavimenta o chão
Começa a ir embora e se desconstituir inteiro.
Nem o pânico suportou tamanha pressão.
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A dor, um mecanismo de proteção do corpo,
Não responde mais. A morte veio e se foi...
O nada é uma ilusão para que se possa abarcar,
Em termos, o inapreensível momentâneo do ser
E todos os relógios de areia estão quebrados.
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É muito alto, é muito alto, é muito alto... Inevitável.
É como a vida, definida por uns como o respirar
Por outros como a capacidade de mutação e evolução
Por outros, ainda, como a capacidade de movimento...
Dentro de um átomo há oscilação e, antes deste ser o que é,
Era partículas subatômicas... Métricas do só para agora!
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O viver sempre precisou de um tempo maior
Para se encaixar no intervalo de todas as mortes...
É setembro e a vida pulula em níveis que o humano
Muito e muito intui e quase nunca sabe de perto:
Há sons além e aquém da faixa do audível
E tantas luzes que as retinas humanas não captam.
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Mãos acéfalas tateiam o que não está somatizado
As decisões já foram tomadas e, pelo máximo de viver,
Alguns sempre se dão às emoções radicalíssimas.
É muito alto e a visão é belíssima... Oxigênio além da razão,
Glicose esfaimada à espera de se fazer alimento em ação...
Comburente e combustível da mesma vida humana.