Sabor Sem Retorno (II)

Queria comer-te a alma com açúcar
Já que nunca mais me podes dar teu corpo
Ficar com os olhos no teu ser absorto
Proibido sonho de sonho em nenúfar.
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Ansiava-me tuas papilas gustativas
Salgado, doce, amargo ou azedo
Por que pensar em horas se é tão cedo
Falas silentes das completudes vivas?
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É delicado o borne das escolhas
Atenção para pedras e também folhas
Nossos caminhos sem visível contorno.
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Não apenas as marés respondem à lua
Já não mais procuro teu rosto pela rua
Inconteste: teu sabor não tem retorno.