Animal Em Chão De Chuva Aberta

Animal em chão de chuva aberta
Transeunte em vôo plano
Na vala certa inserta.
Doces e voláteis desatinos
Nos verdes amores campos
Tecido de fios de delírio
Bordados de linhas de acalantos.
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Animal, tão animal humano
Agasalhado na falsa superioridade
Desse olhar importante e mínimo
Mais célere que o cometa acelerado.
A chuva é tão aberta... Não deserta.
Na impossibilidade do futuro
Vive o presente, misto imberbe
Do chão em águas. Passado.
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Animal em chão de chuva aberta
O eixo do tempo não conhece
Nada além do bem fincado zero.
Não há horas-tempo negativo.
As águas não são dormentes
Animais latentes pré-mortes
Expressos medos de ser vivo.